Na Antena 1, médico alerta perigos associados ao consumo de álcool e a “mistura” de canetas emagrecedoras
Por Redação
O uso indiscriminado das canetas emagrecedoras como Ozempic, Mounjaro, Wegovy e Godzilla em conjunto com o consumo de álcool pode trazer riscos para a saúde e bem-estar de pacientes em tratamento contra a obesidade, além da possibilidade de não causar eficácia.
Em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, da rádio Antena 1 Salvador, o coordenador médico do Hospital da Obesidade, Cristiano Gidi, explicou acerca dos perigos relacionados ao uso dos produtos e do consumo do álcool. Para ele, bebidas alcoólicas podem atrapalhar no processo de emagrecimento, por conta da quantidade de calorias encontradas nos líquidos.
“O álcool tem um efeito para quem quer emagrecer. Ele vai causar retenção de líquido por ser muito calórico. Para você ter uma ideia, o álcool é mais calórico do que o açúcar. Cada grama de álcool tem 7 calorias, e ele só perde para a gordura. Além disso, o consumo alcoólico geralmente vem associado ao consumo de outros alimentos. Para quem quer emagrecer, é a primeira coisa que deve ser evitada”, afirmou aos apresentadores Mauricio Leiro e Rebeca Menezes.
No entanto, o médico observou que caso o consumo seja em pequenas doses e em casos de pacientes que não possuam doenças no pâncreas.
“Se o uso for em pequenas doses, a pessoa está no aniversário, em uma festa de Réveillon, vai tomar ali uma quantidade pequena, e ela não tem nenhuma contraindicação, sem problemas no pâncreas, no fígado. O uso concomitante é possível, desde que em pequenas doses. Não é uma contraindicação absoluta, porém sempre reforço muito isso. A gente está falando de uma medicação que tem ação no pâncreas e que também tem ação no fígado. Se você está usando álcool, que tem ação nesses locais, então tem que ser com muito cuidado e não pode ser com muita frequência”, considerou.
O especialista comentou ainda sobre casos de pacientes que misturam diferentes marcas de canetas emagrecedoras durante o tratamento. De acordo com Cristiano, não há necessidade de utilizar os diferentes medicamentos ao mesmo tempo, somente se médicos identificarem a necessidade.
O coordenador apontou que nessas situações, os remédios podem perder a eficácia caso sejam utilizados de forma simultânea.
“É contraindicado e acho que não faz nem sentido o uso de mais de uma medicação. Então você já tem uma medicação agindo nesses receptores, que faz o papel do GIP e do GLP-1. Então não faz sentido se associar, você acaba perdendo a eficácia que poderia ser utilizada de outra forma. Não é correto que a pessoa vá mudando por conta própria”, contou.
“Porém, como qualquer doença crônica, se você está em acompanhamento médico e ele identificou que o controle não está legal, é necessário ver o histórico completo da pessoa, todo o histórico da evolução do peso, quando ela começou a engordar, quais foram os fatores que fizeram ela engordar, qual foi o peso máximo que ela atingiu na vida e quais tratamentos foram feitos. Com base nisso e com base no padrão alimentar que esse paciente tem, a gente escolhe qual a melhor medicação.[...] Podemos sim associar com outra classe, isso é possível, não com o mesmo tipo de mecanismo de ação. Mas caso a pessoa esteja usando uma medicação e esteja começando a ganhar peso, a gente pode mudar”, concluiu.