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Eduarda Pinto
Graduanda em Comunicação Social pela UFBA. Ex-redatora do Jornal da FACOM e repórter da revista DémodÉ.
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A “guarda compartilhada” de animais de estimação foi debatida no episódio do JusPod, podcast jurídico do Bahia Notícias, desta quinta-feira (12). Em entrevista com as apresentadoras Karina Calixto e Brunna Fortuna, a presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), Dra. Fernanda Barretto, aponta que a questão reflete uma mudança social inerente que pode ser demonstrada pelo crescimento de processos relacionados.
Advogada da prática de Direito de Família e Sucessões, Brunna Fortuna defende que o tema é importante para compreender as dinâmicas familiares contemporâneas. A jurista relata que o tema do cuidado com o pet em uma separação pode ser mais controverso que a guarda de filhos, para alguns casais.
“Esse assunto é maravilhoso e eu adoro receber casais com essa demanda, inclusive tem um lá no escritório que o casal chegou para fazer o divórcio consensual, e eles são extremamente alinhados. Eles estão conversando maravilhosamente bem, mas trava na questão do PET, eles têm dois filhos e um cachorro. Os filhos eles resolveram, mas o cachorro é uma celeuma”, afirma.
Ela explica que pela diferenciação entre um pet e um bem móvel, como brinquedos e objetos, a questão tem sido incluída nos acordos de processos judiciais formais. “A gente sabe que a gente não está falando de um brinquedo, é um ser sensciente, inclusive hoje em dia já existem vários julgados que permitem resolver as questões dos pets dentro ali dentro da esfera do direito das famílias mesmo”, diz. “Ser sensciente” é um termo utilizado para configurar os seres que têm a capacidade de experimentar sensações físicas, como dor e prazer, além de emoções como medo, alegria e sofrimento, como é o caso de alguns animais.
A doutora Fernanda Barreto defende, por sua vez, que os termos utilizados para se referir a processos com animais de estimação ajudam a formar parte da percepção pública sobre os casos, como por exemplo “guarda” ou “pensão” para pets.
“O nome [“pensão para pet”] é polêmico. Começa pela própria consideração como família, há pessoas que se indignam com a ideia da família multi-espécie, mas eu acho muito natural justamente dentro da lógica de uma pluralidade de entidades familiares, de pessoas que têm relações muito importantes, que têm seu animal como um companheiro ou companheira e que ali se entenda que existe a configuração de um vínculo de natureza familiar, ainda que não com outro ser humano”, define a jurista.
Sobre o preconceito sobre o tema, a presidente do IBDFAM defende que não se pode confundir a relação de pet com outros modelos de relação: “Obviamente, ainda que não se confunda com a relação com objetos, mas pessoas misturam tudo no mesmo pacote, não é o caso. Os animais domésticos têm uma importância fulcral na vida de muita gente, inclusive para curar doenças”, contextualiza.
E completa: “E com relação à família, ainda que você não chame de pensão e você não chame de guarda, porque a jurisprudência não se aplicaria, mas vem sendo reconhecido, cada vez mais, a ideia de que os animais no âmbito de relações familiares, em situações de divórcio e união estável tem sim que ter regulamentada a sua situação, com quem ficam, quem cuidam e o custeio desses animais. Eu evito falar em pensão, eu chamo de custeio”, ressalta.
“Eu acho que nesse campo, menos importante que o nome é reconhecer que há vinculo, que há afeto e esse afeto tem repercussões jurídicas e há responsabilidade”, conclui a especialista.
Confira o trecho:
A educação fundamental baiana, entre o 1º [alfabetização] ao 9º ano, sofreu uma queda os últimos seis anos. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Educação, divulgados nesta sexta-feira (13), apontam que a rede baiana de ensino que atende as crianças entre 6 e 14 anos foi diretamente afetada pela pandemia e se afastou da meta do Plano Nacional de Educação (PNE), estabelecido em 2014.
A taxa de frequência escolar líquida do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabiliza a parcela de determinada faixa etária que estão no ciclo escolar adequado. O levantamento do IBGE aponta que, em 2018, a Bahia registrou 96,1% das crianças entre 6 e 14 anos no ensino fundamental, superando a meta do PNE, que é de 95% nesta etapa de escolaridade.
O declínio de 2022, primeiro registro pós-pandemia, gerou impactos relevantes. No ano em questão, o índice chegou a 94,3%, 1,8 pontos a menos que 2018 e 0,7% menor que o PNE. Já em 2024, a taxa de crianças de 6 a 14 anos no ensino fundamental decaiu ainda mais, chegando a 93,5%, uma queda de 0,8 frente a 2022, e ainda mais abaixo da meta educacional do país.
O ensino fundamental no Brasil é de responsabilidade mista entre o governo estadual e municipais. Em tese, os anos iniciais, entre 1º e o 5º ano, para crianças de 6 a 11 anos, a responsabilidade é municipal, enquanto do 6º ao 9º ano, o Governo do Estado pode ser o responsável, em alguns municípios.
O estado da Bahia registrou um aumento de 17% na taxa de frequência escolar no ensino médio nos últimos seis anos. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Educação, divulgados nesta sexta-feira (13), demonstram, no entanto, que a rede baiana de ensino está longe de alcançar a meta do Plano Nacional de Educação, de 2014.
A taxa de frequência escolar líquida do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabiliza a parcela de determinada faixa etária que estão no ciclo escolar adequado. O levantamento aponta que, em 2018, 55% dos jovens baianos entre 15 e 17 anos frequentavam o ensino médio. Em 2024, o número subiu para 72,2%. Apesar do aumento expressivo de 17,2%, a Bahia ainda segue 13,8% abaixo da meta do PNE, que é de 85%.
Diferentemente de outros setores da educação, a taxa líquida de frequência do ensino médio não sofreu reveses após a pandemia. O crescimento da taxa se manteve antes e depois do evento sanitário. Entre 2018 e 2022, o salto da taxa baiana foi de 9,6%, saindo de 55% (2018) para 64,6 (2022).
No recorte de gênero, as mulheres possuem maior taxa de adequação escolar em todas as faixas etárias. No ensino médio, o número de mulheres entre 15 e 18 anos chega a 75,1% - a frente da média geral - frente a 69,2% entre os homens.
Outro recorte do mesmo levantamento aponta ainda que pessoas negras, entre pretas e pardas, obtiveram maior taxa de adequação escolar no ensino médio. Em 2016, 57,7% dos jovens brancos entre 15 e 18 anos estavam na frequência escolar correta, frente a 54,6% dos negros, entre pretos e pardos. No panorama de 2024, o cenário se inverte: 72,6 dos adolescentes pretos e pardos estão cursando o ensino médio, frente a 70,5% dos adolescentes brancos.
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), se referiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma “pessoa de coração grande” em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), em meio ao inquérito em que responde como réu. Na ocasião, Bolsonaro negava que o atentato de 08 de janeiro tenha sido uma tentativa de golpe ou invalidação da democracia.
“Eu fico até arrepiado quando se fala que o 08 de janeiro foi um golpe. 1500 pessoas, pobres coitados, que, sem ônibus chegaram à região urbana na madrugada de domingo e o pessoal foi embora logo depois da baderna e sobrou para quem estava acampado aqui. Quem realmente fez foi embora, não foi encontrada nenhuma arma de fogo junto à aquelas pessoas”, contextualiza.
Segundo ele, a ação dos manifestante nem poderia se configurar um golpe de estado, ou uma tentativa deste, já que o então presidente leito, Lula, não estava na capital. É neste momento, que Bolsonaro se refere a Lula como alguém de “coração grande”. “O próprio Lula no dia anterior, uma pessoa com um coração muito grande, foi para Araraquara para ver uma erosão de uma chuva que tinha ocorrido dia 29 de dezembro, ele estava fora de Brasília”, afirma.
Ele finaliza o trecho alegando que “Da minha parte, par parte dos comandantes militares, nunca se falou em golpe. O golpe é uma coisa abominável. O golpe seria até fácil de começar, o afterday [dia seguinte] que seria imprevisível e danoso para todo mundo, o Brasil não poderia ar uma experiência dessa. Não foi cogitada essa hipótese de golpe no meu governo”, conclui.
Com a maior faixa litorânea do Brasil, a Bahia concentra grande parte de sua população, economia e cultura relacionadas ao mar. Ao todo, são 53 dos 417 municípios banhados pelo Oceano Atlântico e por sua vez, diretamente impactados pelas dinâmicas deste ambiente. No último domingo (8) foi celebrado o Dia Mundial dos Oceanos, e na Bahia as iniciativas para garantir a preservação da “Amazônia Azul” vem crescendo em diversas frentes.
Nesta reportagem, o Bahia Notícias explora três projetos que unem o ativismo sócio-ambiental, pesquisa científica e paixão pelos recifes baianos.
Localizados na Baía de Todos-os-Santos, dois dos projetos entrevistados pelo BN, o PRÓ-MAR e o Projeto Recifes de Pinaúnas (PRP) atuam diretamente com o engajamento das comunidades diretamente afetadas pela economia do mar: pescadores, marisqueiras e comunidades tradicionais das ilhas.
Já o projeto Coral Vivo, localizado a mais de 570 quilômetros da Baía de Todos-os-Santos, é uma iniciativa de pesquisa fluminense que encontrou na região do arquipélago de Abrolhos e Porto Seguro, no sul e extremo sul baiano, um paraíso ecológico para os estudos dos corais.
INOVAÇÃO QUE VEM DO MAR
Com sede na Ilha de Itaparica, região do município de Vera Cruz, o pescador José Roberto Pinto, carinhosamente apelidado pela comunidade como “Zé Pescador”, foi o fundador da ONG (organização não-governamental), que há 25 anos iniciou suas atividades com promoção de uma agenda educativa de conscientização contra a pesca predatória.
“Eu trabalhava com a pesca e num determinado momento da minha vida, uma filha me provocou pelo fato de eu capturar lagostas ovadas [animal em fase de reprodução]. Então, a partir dessa provocação, eu quis mudar o que eu estava fazendo, mas percebi também que meus colegas de pesca, todos também trabalhavam daquele mesmo jeito. E aí, a gente decidiu fazer um trabalho para alertar os pescadores da pesca predatória. Porque a gente estava trabalhando contra o nosso próprio sustento procedendo dessa forma. Então, daí se criou a PRO-MAR”, relata o ativista.
Semente de coral nativo da Baía de Todos-os-Santos. Foto: Arquivo / PRÓ-MAR
No entanto, o trabalho da PRO-MAR não parou por aí. Com o crescente debate sobre a preservação da vida marinha e da saúde do ecossistema marítimo, a ONG ou a atuar em uma nova frente: a preservação de corais.
“E durante esses anos a gente vem com um trabalho cada vez mais voltado para a educação ambiental e também começou a trabalhar com as escolas, trabalhar com as crianças. A gente foi se especializando na conservação de recifes de coral, então isso envolve um conjunto de situações que a gente precisa observar, desde o que acontece na água como fora da água também”, conta. José revela que a organização ajuda a fiscalizar o desmatamento irregular, assoreamento da costa, e até mesmo o descarte de agrotóxicos e outras substâncias tóxicas nas proximidades.
Esse olhar cada vez mais especializado levou o grupo a um novo desafio. “Então a gente começou a trabalhar com a conservação de recife de coral. E, de 2010 para cá, a gente começou a fazer um trabalho de controle de espécie exótica invasora, era o controle de uma espécie do [Oceano] Pacífico que chama na Coral Sol”. A espécie invasora em questão pode ser encontrado nas águas de Timor-Leste e ou a ser encontrado em diversas regiões do país, especialmente nos últimos 15 anos.
No entanto, o que parecia ser o motivo de um trabalho repetitivo, de análise do recife nativo e retirada das espécies invasoras, se transformou em um motor para uma inovação no campo da conservação marinha. “Em 2020, quando estava chegando a pandemia, eu estava envolvido, ficava mais tempo em casa e comecei a experimentar fazer algumas coisas com esses esqueletos desses corais que a gente havia tirado do mar”, diz.
“A gente fazia um trabalho de controle, de extração dessas espécies [invasoras]. E aí por ele ser de carbonato de cálcio, que é a mesma composição dos corais nativos, em determinado momento, a gente resolveu fazer uma experiência que foi criar uns bloquinhos, que serviam como substrato para a criação de espécies de corais nativos.
O ex-presidente da ONG detalha o processo: “A gente fazia isso coletando fragmentos próximos a colônias desses corais nativos, no caso a milépora, conhecido como coral de fogo. E dessa experiência, acabou que com algumas dezenas [de corais invasores] a gente fez e o resultado foi bastante satisfatório”. Tão satisfatório que chamou a atenção do professor de Oceanografia Biológica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Igor Cruz.
Plantação de corais na Baía de Todos-os-Santos. Foto: Arquivo / PRÓ-MAR
Com um apoio técnico especializado, o que surgiu como uma curiosidade do grupo se tornou um projeto estruturado que se descobriu inédito no campo de pesquisa. “Foi a partir das conversas da orientação com o professor Igor, que a gente começou a experimentar e, meses depois, quando ele viu as fotografias dos fragmentos de corais que a gente havia prendido nesses bloquinhos, ele ficou espantado com a velocidade que o coral nativo se desenvolveu, que acelerou o desenvolvimento do coral. Daí a gente começou a procurar parceiros para tentar fazer isso numa escala maior”, relata José.
Ao falar sobre a parceria com a comunidade, que até hoje contribui com o projeto de forma voluntária, o pescador explica que a relação da população com o mar é intrínseca desde a sua formação. Segundo ele, “não existe comunidade iva, apenas comunidade não estimulada”.
“A ilha se chama Itaparica porque na língua dos índios tupinambá, Itaparica significa ‘cerca de pedra’, que é uma referência a toda costa leste da ilha ser cercada de recifes de coral. Então, tem toda essa questão histórica e para pesca é muito importante esse tipo de ambiente”, diz. “A gente precisa ainda mais do engajamento pescador nesse tipo de atividade”, completa.
Atualmente, considerando os dados de 2022 do Censo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que mais de 3 milhões de baianos vivam nos arredores da Baía de Todos-dos-Santos (BTS), distribuídos em 13 municípios. A região, formada a partir de um acidente geográfico, compreende 56 ilhas, estas que se sustentam majoritariamente de atividades relacionadas ao mar, especialmente a pesca, turismo, transporte e entre outros.
Oficina de de Fabricação das Sementeiras de Corais. Foto: Arquivo / PRÓ-MAR
Ao falar sobre o ambiente marinho da BTS, José Roberto aponta tanto o Recife de Coral como o Manguezal como "dois ecossistemas que inclusive tem uma conectividade muito grande". "Às vezes os peixes nascem no Recife, vão para o Mangue e se criam na raiz dos mangues, ele acha mais proteção e vive lá até algum tempo, depois retorna para o mar. Então, tem todo um ciclo”, explica o especialista.
REVOLUÇÃO DO MANGUE
E é atuando neste ciclo que surge o Projeto Recifes de Pinaúnas (PRP). A ONG, que também atua na Ilha de Itaparica e Madre de Deus, atua tanto na proteção dos recifes quanto dos manguezais. A representante da organização, a técnica em meio ambiente Deusdélia Andrade conta que o PRP nasceu como uma iniciativa voluntária completamente voltada para a mobilização social.
“Eu observei que precisávamos fazer algo para sensibilizar a comunidade sobre os impactos negativos que os ecossistemas marinhos estavam sofrendo aqui na ilha de Itaparica, como poluição e as mudanças climáticas”, conta. “Escrevi um projeto com um programa de educação ambiental marinho, trabalhando com os quatro principais ecossistemas costeiros aqui da Ilha, e fui estruturando o formato e os conteúdos do programa. Até que um empreendimento topou rodar um piloto do programa em uma escola municipal, da comunidade de Conceição, na Ilha de Itaparica, e conseguimos adquirir os equipamentos para a execução das aulas práticas”, destaca.
Aula de campo com alunos de escolas públicas. Foto: Arquivo / Projeto Recifes de Pinaúnas
Com uma estrutura montada e um público estruturado, o PRP leva a educação ambiental para cerca de quatro turmas de alunos da rede municipal de Vera Cruz e Madre de Deus. No entanto, a proposta vai além da sala de aula, e coloca os alunos para colocar a mão na massa - ou no mangue. A principal proposta da PRP é o replantio das espécies nativas do mangue, durante as aulas práticas com as turmas.
“O replantio do manguezal é essencial para a saúde do planeta. Essas espécies protegem as zonas costeiras contra erosões, serve de berçário para diversas espécies marinhas e atua na captura de carbono, ajudando a combater as mudanças climáticas. Restaurar manguezais é restaurar a vida, garantir a segurança alimentar de comunidades litorâneas e preservar a biodiversidade global”, escreveu a ativista.
Para Deusdélia, engajar a nova geração a se envolver na conservação do ambiente em que está inserida é fundamental para a governança ambiental. “O projeto realiza programas de sensibilização e eventos comunitários para promover práticas sustentáveis. A avaliação dessa relação tem sido positiva, com um aumento no envolvimento das comunidades locais em ações de conservação. A gente continua a trabalhar incansavelmente para garantir a preservação dos ecossistemas costeiros, buscando promover um futuro sustentável e harmonioso entre a humanidade e o meio ambiente”, conclui.
Replantio de espécies nativas do mangue. Foto: Arquivo / Projeto Recifes de Pinaúnas
PORTO DOS CORAIS
A mais de 570 quilômetros da Baía de Todos os Santos e do Recôncavo baiano, o projeto Coral Vivo, sediado no distrito de Arraial D’Ajuda, em Porto Seguro, é um expoente de conhecimento científico sobre a vida coralínea. A doutora em oceanografia biológica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisadora vinculada a organização, Flávia Guebert, falou ao Bahia Notícias sobre a importância da região para o tema.
O projeto, vinculado anteriormente à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chegou à Bahia em uma expedição científica. “Um mapeamento indica o Atlântico Sul, em especial aqui o Sul da Bahia, como um hotspot de biodiversidade e marinha, em especial dos recifes de coral. Então, esses pesquisadores do projeto vieram, primeiro para Abrolhos, aram vários anos vindo fazer as expedições para tentar ver a época de reprodução dos corais, mapeando que espécies, quando que se reproduziam, para entender essa formação”, conta.
“Mas Abrolhos tem toda uma dinâmica mais complexa de viagem, de estadia, e aos poucos foram vendo que Porto Seguro era um ambiente muito interessante também, tem uma diversidade incrível de espécies e tem uma logística muito fácil, tem aeroporto, você tá muito próxima de um recife de coral, o mergulho é mais prático. Então resolveu se instalar nossa base que a gente tem até hoje em Arraial D’Ajuda”, relata Guebert.
Imagens do trabalho de campo da Coral Vivo. Foto: Coral Vivo/Athila Bertoncini.
Sendo uma das 35 pesquisadoras associadas a ONG, Flávia revela que a pesquisa já não é o único projeto do grupo. “A pesquisa sempre foi o braço principal do Coral Vivo e a gente conseguiu reunir vários pesquisadores do Brasil. Hoje a gente tem uma rede de pesquisa grande com pessoas no exterior também. Praticamente quase todo mundo que trabalha com recife de coral se envolve com o Coral Vivo de alguma forma. Então, hoje já virou um projeto com um nome maior e com várias atividades aí que não são só da pesquisa. A gente trabalha com educação, com conscientização, com política pública”, explica a oceanógrafa.
A pesquisadora reforça o avanço nos estudos da vida marinha permitem e o crescimento de projetos coralíneos ajudam a compreender os corais como uma fonte de vida importante para a preservação dos oceanos e seus modos de vida. “Diversos organismos vão habitar o recife de coral. Então, eles [outras espécies] vão encontrar um lugarzinho para morar, eles vão se reproduzir, vai ter muito alimento porque vai crescer muita alga. Os recifes de coral protegem a costa de grandes eventos, de ondas e tudo mais. Porto Seguro, por exemplo, é uma cidade que graças aos recifes de coral, tem uma plataforma ali, fazendo com que seja um ambiente mais suave”, detalha.
Para Flávia, o trabalho do grupo ainda é diretamente influenciado e cresce conforme as políticas mundiais de meio ambiente avançam. A especialista revela que ao Brasil tem aberto os olhos para a riqueza dessa Amazônia Azul aos poucos, e apesar dos desafios, as políticas públicas direcionadas vem aumentando. Ela dá o exemplo da Década do Oceano, proposta das Nações Unidas (ONU), vinculada a Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável dos oceanos do planeta.
“A gente é um país de mar, então tem uma cultura brasileira associada ao oceano, mas a gente precisa valorizar isso. Fazer disso uma tradição e valorizar ao máximo e proteger ao máximo isso. Esse movimento para que as pessoas conheçam o mar, a Década do oceano [de 2021 a 2030], está acontecendo, ao mesmo tempo, tanta coisa de oceanografia, de eventos. Então, tem sido positivo, mas com certeza a gente tá num momento de devastação geral, tem situações absurdas, mas eu acho que tem muita coisa positiva e fácil de organizar”, destaca.
A década do oceano vai até é o ano de 2030 e une esforços de especialistas e governos de todo o mundo em prol da ciência oceânica para reverter o declínio da saúde dos oceanos e criar soluções baseadas na ciência para um oceano mais sustentável.
Ao final do mês de junho, os baianos que buscam uma pausa no calendário terão mais de quatro meses de jejum de “super feriados”. Após uma série de folgas no primeiro semestre, o próximo descanso prolongado do calendário baiano só ocorre em novembro.
Conforme noticiado pelo Bahia Notícias em janeiro, o ano de 2025 proporcionou duas folgas prolongadas aos baianos, além do Carnaval. Foram elas a junção dos feriados da Sexta-feira Santa e o Tiradentes, que ocorreu nos dias 18 e 21 de abril, respectivamente; e o Corpus Christi e o São João, nos dias 19 de e 24 de junho, respectivamente.
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No entanto, a próxima pausa para os baianos, com feriados de mais de um dia, só deve ocorrer daqui a 149 dias, no feriado do dia 20 de novembro, em que se celebra o Dia Nacional da Consciência Negra; e, posteriormente, no dia 08 de dezembro, no dia de Nossa Senhora da Conceição da Praia - apenas para os soteropolitanos.
No caso do 20 de novembro, a data cai numa quinta-feira, possibilitando uma “emenda” em alguns setores sociais, permitindo quatro dias de folga. Já no dia 08 de dezembro, a data religiosa cai numa segunda-feira, garantindo três dias de descanso.
Acontece que nos próximos quatro meses, os feriados devem conter apenas um dia, como o dia 02 de julho, dia da Independência da Bahia, numa quarta-feira; ou ocorrem durante finais de semana, sendo eles: 07 de setembro, dia da Independência do Brasil, em um domingo; 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida/Dia das Crianças, num domingo; 02 de novembro, Dia de Finados, que também ocorre em um domingo; e o dia 15 de novembro, da Proclamação da República, em um sábado.
Confira o calendário na íntegra:
Foto: Imagem elaborada pelo Bahia Notícias
A cantora norte-americana, Beyoncé, reconheceu uma bandeira do estado da Bahia na plateia do seu show da Cowboy Carter Tour, nesta quinta-feira (5), em Londres, no Reino Unido. Durante a apresentação do hit “Jolene”, a cantora fez um vôo panorâmico no estádio de estádio Tottenham Hotspur e reconheceu uma bandeira baiana.
Os fãs registraram o momento em que a cantora saúda os fãs baianos: “Bahia in the house”, diz a cantora. Essa não é a primeira interação da cantora, considerada uma das maiores estrelas na música pop, com a Bahia. No dia 21 de dezembro de 2023, a cantora fez uma surpresa aos fãs soteropolitanos ao aparecer de surpresa em um evento exclusivo de pré-estreia do filme "Renaissance: a film by Beyoncé".
Na festa apenas para fãs, a cantora segurou uma bandeira da Bahia e elogiou a potência dos seus iradores na Bahia e no Brasil. “É muito importante para mim estar aqui na Bahia. Queria que vocês fizessem parte da turnê, porque vocês são a turnê. Renaissance é sobre liberdade, beleza, tudo que vocês são. Obrigada por todo o apoio em todos esses anos. Vocês são únicos, Bahia", disse, na época. (Atualizado às 10h19 de 06/06/2025 para corrigir o local do show)
O governador do estado de Goiás e pré-candidato a Presidência da República, Ronaldo Caiado (União-GO), destacou os avanços das políticas públicas de segurança pública em Goiás e voltou a alfinetar a gestão baiana. Em entrevista coletiva no evento da Fundação Índigo, entidade civil ligada ao partido União Brasil, a qual preside, nesta quinta-feira (5), o governador diz que o Goiás está em “outro nível de industrialização” em relação à Bahia e ao Brasil.
“Em qualquer lugar do Estado [do Goías], o cidadão pode andar com o celular, com o relógio, o que quiser, mas, é outro clima, é outro nível de industrialização, outro nível de oferta e de oportunidade. Hoje, é um estado que avança na inteligência artificial, vive um outro momento para juventude brasileira, em tecnologia e inovação. O Estado vem e decora [a nova política de segurança] com muita velocidade e muita capacidade”, afirma.
Ao lado do o ex-juíz e atual Senador, Sérgio Moro (União-PR), e do vice-presidente do União, ACM Neto (União-BA), o pré-candidato a presidência afirma que o evento serve para auxiliar o Governo Estadual a adotar políticas efetivas de combate ao crime organizado.
“A gente está caminhando no Brasil, mostrando o que a gente faz, não é com teorias, falar de propostas sem ter o que mostrar. Ela [a ação] está aqui. Cheguei no Governo, fiz a reforma que fizemos no Estado de Goiás, istrativa, de segurança, de educação. [O Goiás] É o primeiro lugar no Brasil nas políticas sociais, mostrando a capacidade de gestão, infraestrutura, segurança pública plena”, defende.
O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, voltou a falar da crise de segurança pública na Bahia e teceu críticas diretas ao atual governador, Jerônimo Rodrigues (PT). Em evento da Fundação índigo, entidade civil ligada ao partido União Brasil a qual preside, nesta quinta-feira (5), o ex-prefeito de Salvador afirmou que “o que falta na Bahia é governador”.
O encontro desta quinta recebe nomes da política, incluindo o pré-candidato a Presidência, Ronaldo Caiado (União-GO), para falar de segurança pública. “Nós temos um governador omisso, ivo, que fecha os olhos, que vira as costas e que desconhece o problema tão grave vivido hoje na segurança pública do nosso Estado. A Bahia tem dez anos consecutivos, em primeiro lugar no número de homicídios do país. A Bahia tem sete das dez cidades mais violentas de todo o Brasil e a Bahia se tornou, infelizmente, um péssimo exemplo nacional no enfrentamento à criminalidade, no combate à violência”, destaca.
O gestor da Fundação Índigo, garante, no entanto, que “o propósito desse evento é também trazer luz para caminhos mostrar que existem alternativas”. ACM ressalta que ao final do encontro, o grupo deve enviar uma carta formal ao gabinete do Governo estadual, sugerindo propostas para a melhoria da pasta de segurança.
“Aprendemos que Jerônimo Rodrigues ainda tem um ano e meio de governo pela frente e a gente quer contribuir, para ver se ele muda alguma coisa. Mas não com a postura dele, de um governador que definitivamente não tem mostrado seriedade e compromisso com o enfrentamento de um tema tão sério”, conclui.
O deputado federal Capitão Alden (PL-BA), afirmou que a ordem de prisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fere as prerrogativas da Câmara e é uma ação ilegal. Em evento da Fundação índigo, entidade civil ligada ao partido União Brasil, nesta quinta-feira (5), o deputado defendeu a correligionária.
“Ela [Carla Zambelli] não foi presa em flagrante delito e nem foi autorizada pela Câmara de Deputados, esta prisão. Então, ela [a prisão] é ilegal, isso demonstra mais uma vez que, infelizmente, o STF tem rasgado a Constituição e tem ferido de mortes as prerrogativas os parlamentares da República”, afirma.
Alden alegou que a bancada do PL e oposição deve pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta, contra a ordem de prisão da correligionária. “A gente tem cobrado um posicionamento firme de Hugo Motta, para que ele se posicione contra esses desmandos que vêm ocorrendo, especialmente uma fronta contra a instituição [Câmara] e a Constituição Federal”, conclui.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi notificado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes sobre a ordem de prisão de Carla Zambelli, nesta quarta (4). A Câmara pode deliberar, em 45 dias, sobre a manutenção ou não da ordem de prisão.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Tiago Correia
"Não aceitaremos intimidações, ameaças veladas ou tentativas de coação contra qualquer membro desta Casa, especialmente quando relacionadas ao posicionamento político ou à atuação firme no cumprimento do dever".
Disse o deputado Tiago Correia (PSDB), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) ao reagir com preocupação à notícia da invasão à residência do deputado estadual Diego Castro (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública e Direitos Humanos da AL-BA.